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Vereador de Piracicaba denunciado por crimes sexuais tem prisão temporária convertida em preventiva

Vereador Cássio Fala Pira é acompanhado por policial após prisão Reprodução/ EPTV A prisão temporária do vereador Cássio Luiz Barbosa, conhecido como C...

Vereador de Piracicaba denunciado por crimes sexuais tem prisão temporária convertida em preventiva
Vereador de Piracicaba denunciado por crimes sexuais tem prisão temporária convertida em preventiva (Foto: Reprodução)

Vereador Cássio Fala Pira é acompanhado por policial após prisão Reprodução/ EPTV A prisão temporária do vereador Cássio Luiz Barbosa, conhecido como Cássio Fala Pira (PL), de Piracicaba (SP), foi convertida em preventiva pela Justiça nesta quarta-feira (3). O parlamentar foi denunciado por 12 mulheres por crimes sexuais e está preso desde outubro. O vereador também é investigado, em outro inquérito, por suposta posse de material de abuso infantil. Ele nega as acusações. Entenda a diferença entre os dois tipos de prisões: Prisão temporária: dura cinco dias para crimes comuns e 30 dias para crimes hediondos. Esses prazos podem ser renovados por uma única vez. Só pode ser decretada durante as investigações, antes de o caso virar um processo. Ela serve para que o suspeito não atrapalhe o trabalho da polícia na hora de colher depoimentos e provas. Prisão preventiva: pode ser decretada tanto durante as investigações quanto no decorrer do processo. Não tem um prazo pré-definido, mas deve ser revisada pela Justiça a cada 90 dias. Ela serve para situações mais graves, para evitar que o suspeito fuja, atrapalhe as investigações ou pratique outros tipos de crimes. 📲 Siga o g1 Piracicaba no Instagram Quais as diferenças entre a prisão temporária e a preventiva? Relembre o caso Cássio Fala Pira foi denunciado por 12 mulheres por supostos crimes sexuais. Em um dos casos, mostrado com exclusividade pela EPTV, afiliada da TV Globo no dia 2 de outubro, a denunciante afirmou que os abusos aconteceram dentro do gabinete do vereador na Câmara Municipal, quando o acionou porque precisava de emprego. Ela relatou que o parlamentar teria tocado em partes íntimas do seu corpo e colocado as mãos dela à força nas partes íntimas dele. E que o abuso aconteceu depois que ela o acionou porque procurava um emprego. Em outro caso, também revelado pela EPTV, a denunciante disse que foi abusada duas vezes, em situações nas quais o vereador teria lhe oferecido cesta básica e um emprego. Uma terceira denunciante relatou à Polícia Civil que conhece Cássio devido a ações políticas dele em seu bairro e que o parlamentar, em diferentes vezes, fez comentários sexuais sobre seu corpo e, em um dos episódios, passou a mão em sua cintura e quadril. A Polícia Civil cumpriu quatro mandados: um de prisão, na casa do parlamentar, e outros três de busca e apreensão, em um escritório de Cássio localizado no bairro Vila Sônia e em seu gabinete na Câmara Municipal. Foram apreendidos computadores e celulares. Cássio foi levado à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Piracicaba e ao Instituto Médico Legal para a realização de exames. O vereador ficou preso no 1º DP e, depois, foi transferido ao complexo prisional de Tremembé (SP). Segundo a Câmara Municipal de Piracicaba, a convocação do suplente - que é Fabrício Polezi - para substituir o vereador só ocorrerá se o parlamentar ficar fora do cargo por mais de 120 dias. Com a prisão temporária, Cássio pediu afastamento sem remuneração até 16 de dezembro e o pedido foi aprovado em plenário por 19 votos a 1. No entanto, no dia 13 de outubro, a Câmara publicou um ato da presidência que suspende a função pública do parlamentar. A medida cumpriu determinação judicial. Em comunicado, a Câmara declarou que acompanha de perto o "desenrolar dos acontecimentos" e todas as medidas administrativas e regimentais cabíveis serão tomadas. Em nota, o Diretório Municipal do Partido Liberal (PL) de Piracicaba reconheceu a gravidade das denúncias e afirmou que, se foram confirmadas, vai abrir processo disciplinar que poderá levar à expulsão do parlamentar da legenda. Também em nota, a defesa de Cássio classificou as denúncias como "frágeis", disse que o vereador ainda não teve a oportunidade de dar sua versão à polícia e que sua inocência será provada (veja o texto na íntegra no final da reportagem). Advogado do parlamentar, Jonas Tadeu Parisotto também afirmou que tem conhecimento "de grupos que têm interesse político nessa questão". ARQUIVO: vereador Cássio Fala Pira é preso por crimes sexuais em Piracicaba Defesa diz que 'prisão é ilegal' Quando ocorreu a prisão temporária, os advogados do vereador Cássio Fala Pira a consideraram ilegal. "Ocorre abuso de autoridade e constrangimento ilegal com nosso cliente. Vamos tomar as providências cabíveis. No nosso entendimento, a prisão temporária dele deveria ter sido de cinco dias e, excepcionalmente, prorrogada por mais cinco dias", disse o advogado Jonas Parisotto. Segundo a defesa, o vereador está tranquilo em relação às acusações. "As acusações não procedem. Ele se diz inocente. Nós acreditamos porque já olhamos todos os depoimentos e não há nada contundente, que diga que ele cometeu qualquer abuso contra qualquer pessoa lá [nos registros] relacionada. Vereador de Piracicaba se pronuncia sobre denúncias de crimes sexuais 'Efeito manada', diz advogado Outro advogado de defesa do vereador, Osmir Bertazzoni argumentou que as supostas denúncias seguiram o que chamou de "efeito manada". "Uma [mulher] foi e fez a denúncia. A denúncia é infundada, até porque nós temos provas de que ela não estava sozinha com o Cássio. O sistema de segurança da Câmara mostra que ela mentiu. Atrás dela, fizeram grupos nas redes sociais para as pessoas denunciarem. Por uma série de motivos, um cargo prometido, algo que prometeu fazer e não conseguiu, as pessoas acabam lançando esses ataques. As pessoas estão mentindo. Isso será provado nos autos do processo", declarou. Cássio Fala Pira acompanha polícia durante cumprimento de mandados de busca Reprodução/ EPTV A seguir, veja nota da defesa de Cássio Fala Pira na íntegra: "A defesa técnica e constituída pelo Vereador Cássio Luiz Barbosa, vem, por meio desta nota, esclarecer, publicamente, os fatos relacionados às acusações dirigidas a ele, às quais não correspondem à verdade. Os relatos apresentados por supostas 'vítimas', carecem de verossimilhança e não encontram respaldo nas frágeis acusações produzidas em redes sociais que se consubstanciam, em cancelamento e linchamento virtuais, violando a honra e a imagem do vereador, do cidadão e do pai Cássio Luiz Barbosa. Releva notar, que a autoridade policial que preside o inquérito na Delegacia de Defesa da Mulher e que redundou na precoce representação de prisão temporária junto ao Poder Judiciário, sequer teve o cuidado e a prudência de convocar o Vereador Cássio, para dar-lhe a oportunidade de esclarecer os supostos fatos e acusações vindo, em maioria, de usuários da internet, que se colocam como juízes e, ao mesmo tempo, se enxergam como carrascos, promovendo o linchamento virtual, tendo em vista que o espaço virtual lhes dá esse poder, sem que nenhuma penalidade lhes sejam impostas. Ressalta-se que o Vereador Cássio Luiz Barbosa, assim como qualquer cidadão brasileiro, possui o direito constitucional à presunção de inocência, à ampla defesa e ao contraditório e do devido processo legal, diante do princípio da dignidade da pessoa humana. A prisão, ainda que temporária, no entendimento da Defesa, é medida excepcional, diante do princípio da dignidade da pessoa humana, de qualquer forma, reitera, nesta oportunidade, a sua confiança na Justiça e reafirma que, ao final do processo, sua inocência será comprovada". Vereador preso é investigado por posse de imagens de abuso infantil Vereador Cássio Luiz Barbosa, o Cassio Fala Pira, de Piracicaba Rubens Cardia/ Câmara Municipal de Piracicaba Veja mais notícias no g1 Piracicaba

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