cover
Tocando Agora:

Quem é Peter Liu, influenciador de medicina chinesa com 4 milhões de seguidores condenado por trabalho análogo à escravidão

Peter Liu é condenado por manter empregada em trabalho análogo à escravidão por 30 anos Condenado pela Justiça trabalhista de Campinas (SP) por manter uma ...

Quem é Peter Liu, influenciador de medicina chinesa com 4 milhões de seguidores condenado por trabalho análogo à escravidão
Quem é Peter Liu, influenciador de medicina chinesa com 4 milhões de seguidores condenado por trabalho análogo à escravidão (Foto: Reprodução)

Peter Liu é condenado por manter empregada em trabalho análogo à escravidão por 30 anos Condenado pela Justiça trabalhista de Campinas (SP) por manter uma mulher em trabalho análogo à escravidão por 30 anos, Peter Liu é um influenciador que reúne pelo menos 4 milhões de seguidores em suas redes sociais. Em seu site e redes sociais, Yudong Liu, como ele é registrado, se apresenta como especialista em medicina tradicional chinesa e acupunturista, além de criador de conteúdo e palestrante. Dados da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) mostram que ele possui pelo menos duas empresas em seu nome, uma de consultoria e promoção de vendas, e outra que engloba desde atividades para acupuntura a forneciemento de serviços administrativos. 📲 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp Antes da notícia da condenação vir à tona, Peter Liu tinha 950 mil seguidores em uma de suas redes sociais, e pelo menos duas mil pessoas deixaram de seguir a página ainda neste sábado. R$ 1,2 milhão Peter Liu é casado e tem dois filhos, ambos médicos. A família foi condenada a pagar R$ 1,2 milhão em obrigações trabalhistas, sendo fixado R$ 400 mil a título de danos morais. Cabe recurso. Eles foram condenados de forma solidária, pois, segundo a Justiça, todos se beneficiaram da força de trabalho não remunerada da empregada. A decisão foi proferida em 13 de agosto de 2025, mas o g1 teve acesso aos autos neste sábado (13). O advogado que representa Liu e seus familiares foi procurado, e a reportagem será atualizada assim que ele se manifestar. O influenciador de medicina chinesa, Peter Liu, foi condenado pela Justiça do Trabalho por manter uma emprega em trabalho análogo à escravidão por 30 anos em Campinas (SP) Reprodução/redes sociais Trabalho análogo à escravidão desde 1992 Segundo a ação, a mulher foi induzida a sair de seu estado natal, Pernambuco, com a promessa de que tão logo o casal de origem chinesa se regularizasse no Brasil, ela passaria a receber salários, o que não aconteceu. A vítima conta que desde 1992 está em Campinas, onde ficava à disposição de Peter Liu e a família por 24 horas, sem nunca ter recebido salário, férias ou descanso semanal, sendo mantida em ambiente impróprio. A rotina exaustiva, segundo depoimentos, começava às 4h da madrugada, quando preparava o café da família Liu, e depois seguia para a clínica, onde permanecia, por vezes, até às 22h30. Inicialmente, a mulher contou que dormia em um sofá, e depois em uma maca em condições degradantes dentro de uma clínica irregular que o influenciador mantinha. A alimentação, muitas vezes, era fruto de doação por algum paciente da clínica. Ainda de acordo com a ação, a mulher rompeu o vínculo com a família em 2022, após receber ameaças da mulher de Liu, e buscou auxílio jurídico. Atualmente, convive na casa da filha de Peter Liu, de quem cuidou desde a infância, e com quem criou laços - a filha, inclusive, disse em depoimento que assim que tomou ciência da situação, interrompeu qualquer forma de prestação de serviços e a incentivou que a mulher procurasse a Justiça. O que dizem as partes? Peter Liu, a mulher e o filho apresentaram contestação conjunta no processo, e negaram a ocorrência de trabalho análogo à escravidão, defendendo a tese de que "a relação com a empregada sempre foi de natureza familiar e de assistência gratuita, tendo sido a autora acolhida ‘como se fosse alguém da família’". Os réus negaram ainda qualquer restrição de liberdade, e afirmaram que a habitação sempre se deu em condições dignas, e que a ação seria uma manobra da mulher junto com a filha para obter vantagens financeiras indevidas. Peter Liu e os demais réus, no entanto, não negaram que jamais houve pagamento de salários. Na contestação, argumentaram que “sempre que a autora precisava de algum valor, os réus forneciam o correspondente ou mesmo poderia ela separar da receita diária”. VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.

Fale Conosco