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Moradores acreditam em milagres e pedem beatificação de menina de 7 anos morta há 60 anos no interior de SP

Moradores acreditam em milagres e pedem beatificação de menina de 7 anos morta há 60 anos Maria Helena Dias morreu atropelada aos 7 anos, em 1965, em Itapeti...

Moradores acreditam em milagres e pedem beatificação de menina de 7 anos morta há 60 anos no interior de SP
Moradores acreditam em milagres e pedem beatificação de menina de 7 anos morta há 60 anos no interior de SP (Foto: Reprodução)

Moradores acreditam em milagres e pedem beatificação de menina de 7 anos morta há 60 anos Maria Helena Dias morreu atropelada aos 7 anos, em 1965, em Itapetininga (SP). Sessenta anos depois, moradores afirmam ter alcançado milagres após rezar pela menina e pedem a sua beatificação. Em 1965, ao sair da Escola Estadual Sebastião Villaça, na Vila Rio Branco, e atravessar a rua, Maria Helena foi atropelada por um veículo. Ela foi levada para a Santa Casa de Misericórdia do município no dia 12 de dezembro, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. 📲 Participe do canal do g1 Itapetininga e Região no WhatsApp Segundo o historiador e diretor do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga (IHGGI), José Luiz Nogueira, devotos que tiveram pedidos atendidos após rezar para a criança pedem pela beatificação da menina. Neste domingo (2), Dia de Finados, o g1 traz mais detalhes sobre o processo e a história de Maria Helena. Saiba quem é Maria Helena Registro do nascimento de Maria Helena Dias, menina de Itapetininga que é considerada santa Arquivo pessoal/José Luiz Nogueira A itapetiningana nasceu em 5 de agosto de 1958. Conforme o historiador, ela era filha de Benedito Dias Rodrigues e Rosalina Leme dos Santos, que vendiam balas no Centro da cidade para ajudar a família. Depois do atropelamento, o corpo da criança foi sepultado na rua 42 do Cemitério Municipal São João Batista, em Itapetininga. José explicou que o túmulo foi feito por um morador que teria alcançado uma graça e mandou construí-lo em forma de agradecimento. As visitas ao túmulo eram feitas por mães de crianças que pediam pelos filhos, aprovação nas escolas, saúde e proteção para a família. Algumas mulheres também iam pedir para arranjar namorados. Estudantes deixavam cadernos e apostilas como forma de pedido. “Toda graça alcançada por intercessão dela é sempre paga com presentes, doces, flores e bonecas”, explicou o historiador. No cemitério, o túmulo é protegido por grades pintadas de rosa. O local segue sendo enfeitado pelos devotos de Maria Helena, com diversas bonecas, terços, flores e até uma placa de oração. Após relatos de moradores que afirmam ter alcançado milagres pela intercessão da menina, foi criado um abaixo-assinado pedindo pela beatificação e a criação de um santuário em homenagem a ela. O pedido começou por um casal que teria conseguido engravidar depois de rezar para Maria Helena. Processo de beatificação O túmulo da menina é decorado por bonecas, flores e terços, que são deixados por devotos em força de agradecimento Pâmela Beker/g1 Ao g1, Marcello Zanluchi, de 43 anos, jornalista que trabalhou no Vaticano, explicou que o processo de beatificação só começa depois que os devotos que pediram a intercessão relatam os milagres concedidos. Ele afirmou que atualmente há um processo aberto para análise de Maria Helena Dias, mas que ainda não existem atualizações. Primeiro, a Diocese de Itapetininga precisa estar envolvida, pois é o local onde teriam acontecido os milagres. O processo é aberto pela administração diocesana e há um tribunal onde a causa é apresentada. Uma pessoa é designada para cuidar da história e procurar pessoas ligadas à menina. Logo depois, a Diocese solicita a abertura da causa ao Dicastério para a Causa dos Santos, no Vaticano. “É como se fosse um ministério de beatificação. Se não tiver nada que impeça a causa, a pessoa é declarada como servo de Deus”, explicou. Assim, a Diocese abre um processo de investigação sobre o candidato a santo. São procuradas testemunhas, pessoas de convívio e documentos. “Caso a Igreja confirme que ela viveu uma vida santa, faz-se todo esse processo. O último passo é o encerramento da fase diocesana.” Todos os documentos, como relatos, escritas e acervos, são lacrados e enviados para Roma. Na Itália, profissionais ficam responsáveis pela análise da fama e da santidade. O postulador da causa — que pode ser um padre, freira ou leigo — é quem cuida da causa santa. Ele defende a causa e responde juridicamente pelo processo. Na coleta de possíveis milagres, são apresentados até atestados médicos que comprovam que não houve intervenção humana e que a graça foi alcançada por intervenção divina. Esses possíveis milagres são analisados e os envolvidos são ouvidos. Se o milagre for aceito, é enviado para reconhecimento do Papa. Caso o Papa reconheça, o nome da pessoa é colocado no livro de beatos. É marcada uma missa de beatificação na cidade do possível santo, sendo declarado como beato, e a veneração passa a acontecer no local. “A beatificação é um reconhecimento da Igreja. Uma vez que acontece, precisa de um segundo milagre para ser reconhecido como santo, após finalizar a beatificação. Só é aberto o processo depois de cinco anos da morte”, relatou. Túmulo de Maria Helena Dias em Itapetininga, menina que é considerada santa por moradores da cidade Pâmela Beker/g1 O cemitério municipal de Itapetininga (SP) fica localizado na Rua do Santíssimo, Vila Hungria Pâmela Beker/g1 *Colaborou sob a supervisão de Carla Monteiro Veja mais notícias no g1 Itapetininga e Região VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM

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