'Curupira': policial aposentado desfaz armadilhas de caçadores e atua como guardião da Mata Atlântica no interior de SP

Policial aposentado preserva espécies e combate crimes ambientais em Tapiraí Um policial aposentado virou guardião da Mata Atlântica em Tapiraí (SP) e pass...

Policial aposentado preserva espécies e combate crimes ambientais em Tapiraí Um policial aposentado virou guardião da Mata Atlântica em Tapiraí (SP) e passou a desfazer armadilhas usadas por caçadores. A atuação incomodou criminosos, que o apelidaram de "assombração". A cidade tem cerca de 755 quilômetros quadrados de extensão territorial da Mata Atlântica, sendo quase 90% de áreas preservadas. 📲 Participe do canal do g1 Itapetininga e Região no WhatsApp Com passos lentos e olhar atento, Fernando Alves Ferreira percorre a floresta em busca de vestígios de caça ilegal. Em cinco anos, ele tornou essa rotina parte do trabalho de preservar espécies nativas e combater crimes ambientais. "Trabalhei muitos anos aqui e, quando eu me aposentei em 2020, eu senti necessidade de ajudar também a manter a fauna e a flora, né? E sempre andei muito na mata, comecei a achar várias armadilhas", relembrou Fernando. Após desfazer as armadilhas usadas para capturar animais silvestres, o policial aposentado deixa uma placa do Curupira, personagem do folclore brasileiro que protege a floresta e os animais. Ele adotou a imagem do menino de cabelos de fogo e pés virados para trás como símbolo do trabalho que realiza na mata. Policial aposentado Fernando Alves Ferreira atua como guardião da Mata Atlântica em Tapiraí Leandro dos Santos Camilo/TV TEM "Bom, já que eles me acham uma assombração, eu vou pegar o Curupira como o fato de eu passar no local e eles saberem que passei lá. Eu deixo uma plaquinha com a identificação do Curupira", explicou Ferreira. E assim nasceu a ideia de entrar na floresta e localizar as armadilhas para destruí-las. Em pouco mais de meia década, Fernando acredita ter destruído mais de 150 armadilhas. O trabalho ajuda a preservar muitas espécies, algumas delas ameaçadas até de extinção, como a ave jacutinga. A educadora ambiental Patrícia Faria cita que a ajuda faz diferença na preservação das espécies. Os animais resgatados pela ONG acabaram se machucando nas armadilhas colocadas pelos caçadores. "A gente já resgatou desde anta de 250 quilos até um saruê de 35 gramas. Então, a gente faz toda a parte de resgate e educação ambiental nas escolas municipais de Tapiraí e também em algumas cidades do Vale do Ribeira", completou Patrícia. Marimar Guidorzi de Paula, secretária de Sustentabilidade do município, citou que a Polícia Militar Ambiental também foi acionada para explicar à população como funcionam os canais de denúncia e atuação dela na sociedade. "Para a gente, acho que é o mais importante, que é a educação nas escolas com as crianças. Para que eles também possam ser os 'guardiões da natureza', explicar para os seus pais como funcionam", contou à TV TEM. Na cidade foram tomadas medidas para impedir a criação de loteamentos irregulares, construídos em áreas desmatadas, além de ações para preservar a floresta. "Hoje a gente já tem algumas práticas, realizadas pela nossa secretaria, para poder ajudar a diminuir e combater a questão dos loteamentos irregulares. Uma joia no meio dessa selva de pedra que a gente tem no entorno, né? Quando a sociedade, as ONGs e o poder público caminham na mesma direção, a vida floresce. Mas, sem vigilância constante, esse tesouro verde pode desaparecer", citou Marimar. Para mostrar que passou pelo local, o policial prega uma figura do Curupira, personagem do folclore brasileiro Leandro dos Santos Camilo/TV TEM Município de Tapiraí possui aproximadamente 755 quilômetros quadrados de extensão territorial da Mata Atlântica Leandro dos Santos Camilo/TV TEM Veja mais notícias no g1 Itapetininga e Região VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM