CET usa bateria de viatura para ligar semáforos sem energia após vendaval em SP
CET usa equipamento conectado à bateria da viatura para fazer semáforo funcionar A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) passou a usar a bateria de uma vi...
CET usa equipamento conectado à bateria da viatura para fazer semáforo funcionar A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) passou a usar a bateria de uma viatura, acoplada a um equipamento especial, para manter em funcionamento semáforos que ficaram sem energia na Zona Sul após o vendaval que deixou parte da cidade de São Paulo no escuro (veja vídeo acima). A cena foi flagrada na manhã desta quinta-feira (11) pelo g1 no cruzamento das avenidas Roberto Marinho e Luis Carlos Berrini, no Brooklin. Na quarta (10), ventos de mais de 98 km/h atingiram a capital paulista provocando quedas de árvores que atingiram a fiação elétrica. Com o rompimento dos fios, houve falta de fornecimento de energia. A Enel SP, empresa responsável por essa distribuição informou que não há prazo para o restabelecimento do serviço. Desse modo, segundo funcionários da CET, não restou outra alternativa senão a de usar um aparelho que conecta a bateria do carro da Companhia a um poste de energia que abastece os semáforos. Esse procedimento, considerado emergencial pelos agentes, foi visto em outras vias importantes da Zona Sul, como na região do Morumbi. Equipamento conectado à bateria de carro da CET para ligar semáforos após apagão em São Paulo Kleber Tomaz/g1 De acordo com os "marronzinhos", como os empregados que atuam no controle do trânsito das ruas são popularmente chamados, o equipamento faz o trabalho de quatro agentes. Mas um deles continuava próximo à viatura para garantir que ninguém mexa no aparelho, que fica visível com o capô do carro da CET aberto. É possível ver ainda os cabos conectores da bateria ligados na máquina que tem outros fios que vão até um poste. Segundo um dos agentes, o equipamento e a instalação dele foi feita por um técnico da empresa responsável pela manutenção dos semáforos. "A gente só vem aqui com a viatura e fica observando se os semáforos estão funcionando. Desse modo tem outros colegas que vão para outros pontos auxiliar o tráfego de veículos", disse o funcionário da CET. O que diz a CET Carro da CET com o capô aberto para bateria ligar equipamento que fornece energia a poste e faz semáforos funcionarem após apagão na Zona Sul de São Paulo Kleber Tomaz/g1 Procurada pelo g1 para comentar o assunto, a CET, que pertence à prefeitura de São Paulo, não respondeu os questionamentos feitos até a última atualização desta reportagem. De acordo com dados da Companhia, 277 semáforos estavam apagados até 12h desta quinta. Esse número representava cerca de 4% do total de equipamentos na cidade, que são 6.216. Outros seis semáforos estavam intermitentes. Prejuízos Diretor da Enel fala sobre a falta de energia na Grande São Paulo Mais de 1,5 milhão de imóveis na capital e mais 23 cidades atendidas pela empresa permaneciam sem luz na manhã desta quinta –cerca de 1 milhão apenas na capital. A falta de energia afeta serviços essenciais, como semáforos, abastecimento de água e mobilidade urbana. Em seu site, a Enel culpou a falta de energia aos ventos fortes: "Nossa área de concessão foi afetada por um um ciclone extratropical e um vendaval histórico, segundo o Inmet, que perdurou por cerca de 12 horas nessa quarta-feira", informa trecho do comunicado. "As fortes rajadas de até 98km/h derrubaram árvores e lançaram galhos e outros objetos sobre a rede elétrica." Impactos do apagão A forte ventania que atinge São Paulo derrubou Papai Noel da decoração de Natal da Avenida Paulista Reanto S. Cerqueira/ Ato Press/Estadão Conteúdo Semáforos apagados e trânsito caótico: Pelo menos 277 semáforos estavam desligados, agravando o trânsito, que registrou mais de 570 km de lentidão entre 7h e 10h. Transporte público e aeroportos: Linhas de ônibus foram prejudicadas pelo congestionamento. Os aeroportos de Congonhas e Guarulhos tiveram voos cancelados e atrasos. Abastecimento de água: A Sabesp alertou para falhas no bombeamento em bairros como Morumbi, Parelheiros, Parque do Carmo e Americanópolis, além de cidades como Embu das Artes, Cotia, Mauá, Santo André e São Bernardo. Árvore caída na Rua Eça de Queiroz, na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, na manhã do dia 11 de dezembro de 2025 Caio Portari/TV Globo Marginal Pinheiros, na altura da Raia Olímpica da USP Arquivo pessoal/César Soares